sábado, 9 de fevereiro de 2013

Envelheço na cidade

Feliz Aniversário! Sim, para mim... hoje é meu aniversário.
A frase que mais ouvi durante o dia, de muitos amigos, foi: eu não acredito que você não vai fazer festa! Sim amigos, verdade... por incrível que pareca esse ano (se bem que no ano passado também, mas estava na lua de mel... não conta rs...) não vai ter festa.
Tristeza? Sem gana para celebrar? Saudades de todos?... Não...
Eu tenho, tinha, terei todos os motivos para comemorar esses 31 anos de vida... entretanto esse será um aniversário sem festa.
Vivo uma fase de plenitude, creio que aprendi que a felicidade é algo que não esta nos momentos, datas festivas, pessoas, circunstacias... esta dentro da gente! Parei com uma tolice tao minha de: ahhhh hoje é meu aniversário! Mereço me "auto mimar", ter um dia lindo, tranquilo, comer algo que me encha de prazer e finalizar com festa, bolo, tema, presentes, amigos a celebrar. Sim, abri mão dessa tolice de aniversário... eu quero viver essa tolice TODOS OS DIAS! Quero aniversário todos os dias! Quero motivos para festejar TODOS OS DIAS, quero ter um dia tranquilo TODOS OS DIAS, quero festa com bolo TODOS OS DIAS e tema, amigos, presentes...
Escolhi não celebrar de modo diferente nesse 09/02/2013 pois, decidi que todos os dias, eu iria transforma-los em meu aniversário. Vivia na expectativa dessa data, no planejamento da mesma: "ah, no dia do meu aniversário vou comer tal coisa... e vou acordar e tomar um café feito na hora!... e vou ficar linda, e fazer as unhas, pois é MEU ANIVERSÁRIO.
Escolhi fazer do "hoje" um dia especial. Aquelas frases copiadas de internet que soam filosóficas e utópicas, escolhi ser a minha realidade. Escolhi ser feliz.
Escolhi comer uma coisa gostosa todos os dias... nem que seja uma laranja bem geladinha, partida em 4 sentada na varanda da minha casa com a brisa geladinha do final do dia! Isso é aniversário!
Quero fazer um bolo, coxinha de frango, quero baloes coloridos, quero meus amigos... quero tudo isso quando chegar na minha terra... quero com eles celebrar o dia que será o dia de celebrar isso, e não meu aniversário... pois esse... ahhhhh esse eu quero TODOS OS DIAS.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Dividir para Multiplicar

Ontem passei um pequeno sufoco e precisava de um favor.
Para o favor, precisava de alguem disponível, com um telefone disponível e a esperança de conseguir falar com minha mãe em condições disponíveis!
Confuso... mas enfim, tudo estava disponível e no final deu certo.

Porem, ao agradecer a imensa ajuda... recebo de volta um:

- Amo vc...
- Amo vcs...

Foi o bastante para me tirar o sono por uma noite inteira!!!
Quando o você, remetendo a sua pessoa, se torna um plural... é uma mudança quase que extrema! O EU se transformou em NOS, juntamente o Você em Vocês.... Complexo, intrigante porem fantástico.

Ser EU é uma condição comoda. Somente uma voz, um pensar, um desejo... é tudo um. É tudo EU. O único trabalho é se convencer, sem decidir, se analisar, escolher... essa caminhada é mais tranquila, afinal quem não gosta de liberdade de escolha, de pensamento... vida boa essa do ser EU.
Todavia relacionamento sem entrega gera solidão, e solidão é quase que uma companhia do EU... e com a solidão, não existe uma opinião que leva a enxergar um novo ponto de vista, não existe o VOCÊ, NÓS para celebrar a conquista, ou o impulso para decidir o que se protela por falta de coragem ou de torcida.

Ser dois, é melhor do que um... duas cabeças pensam melhor que uma... duas opiniões contrarias chegam a respostas mais lógicas, os conflitos ideológicos promovidos por relacionamentos gera crescimento, dividindo a gente multiplica muito! Ilógico perder o eu para ganhar o vocês. Sair da singularidade para a pluralidade move a vida de modo tão voraz que por alguns segundos as coisas podem parecer que se desconstroem, mas na união existe um novo encaixe.

O Eu não morre com a chegada do vocês. Não! O EU é forte e precisa estar presente pois sem ele jamais haverá o multiplicar de vozes, pois nenhuma delas pode ser anulada! O Eu é o companheiro do vocês. Esse é o ponto de equilíbrio e a singularidade das relações: indivíduos em sua complexidade, expressando o seu melhor e por que não o pior?! E assim as construções humanas são geradas, conflitos sendo estabelecidos, solucionado as vezes, ja em outras esquecidos... e a felicidade multiplicada! E essa... essa só chega quando é dividida!

Obrigada Bahasi pelo vocês... nos também amamos você!!!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Uma carta me encontrou!

Um dia, escrevi uma carta para mim. Guardei em um canto bem secreto dos leitores na blogesfera... rs... Pobre Renata! E a carta me encontrou e perguntou: e agora? Qual é sua resposta? A minha resposta, Dona Carta... escolhi viver a verdade esfregada na cara! Doeu... mas me salvou, ou posso dizer que me libertou?! Me desconstruí por inteira, passei fome de viver, aquela fome que leva a viver a todo custo, fome de felicidade... quero continuar faminta assim, faminta da vida pois quando se é cheio não se sai do lugar!
E hoje, ahhhhhh hoje. O meu hoje eu invento!



Um carta para mim -
Preciso viver algo novo, que me dê esperança de um futuro bom.
Que faça meus olhos voltarem a brilhar, coruscar para as coisas simples da vida. Assim, não preciso ser simplesmente “encantadora” para ninguém, só para mim.
Algo que eu defenda e aposte cartas, porque vai valer a pena. Não preciso de mais nada que me faça chorar, quando as lágrimas estiverem engasgadas, ate mesmo por que choro de rir.
Porem, quando choro de verdade, não derramo uma lágrima. Quem me conhece mais do que eu mesma, incrivelmente não desiste nunca. Entende-me tão perfeitamente e não se deixa enlouquecer com minha insanidade.
Afinal sou lúcida nas minhas manias, permanente na minha inconstância, irrequieta na minha comodidade. É “senhora razão”, que está tão longe e tão perto. Minha fraqueza e minha fortaleza.
Foram tantos erros, até já me envergonhei, sofri com as conseqüências, senti ódio fulminante... Quis voltar, não deu.
Ao retorno impossível, agradeço por saber que amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.
Quantas decisões erradas, rumos inesperados, atalhos que surgiram, distrações... pedras, buracos, tropeços...machucados.
Ai, os machucados... Quantas vezes chorei, julguei, até mesmo odiei por ter sido machucada.
Mas, agora, depois de todo esse tempo, contemplo essa cicatriz semi-aberta, e dou conta que sou o motivo dela. É inevitável não me culpar agora.
Faltam palavras, fôlego... Apenas um olhar dizendo: "-como é que eu fico?"
Peregrinando, busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada, e quando por fim me entrego, atiro e quando resolvo recuar não volto.
Ainda que queira, orgulho às vezes é fogo que consome. Oh lacônica seguidora de uma cultura narciso pós-moderna.
Agora sou eu que estou do outro lado, mesmo não querendo.
O destino brincou comigo, me fez escolher sem perceber, seria percebendo?
Aprendi diversas desculpas para as escolhas, e para tudo, porem, apesar de, diria que a fatalidade jogou sujo, zerando minha sensibilidade, aniquilando a vontade de sentir.
Montei o palco, depositei esperança nas falas decoradas, colori a realidade com alguns sonhos, enxertei sonhos em cenas reais, decorei o roteiro, mas, quando acenderam as luzes me dei conta que esse não é o meu papel.
O acaso não erra.
Demorei muito tempo para perceber que não sabia me definir, meu papel protagonizado pelo acaso, lançou-me como coadjuvante do destino. Catatônica.
Não aprendi a arte de dirigir, interpretar exige técnica, direção um olhar superior, cansei de esconder-me no conforto do backstage.
Sempre estive por trás de músicas que refletiam meu momento, ou usava construções de personalidades alheias para que tivessem determinada imagem de mim.
E a todo instante mudava de opinião, apagava o que estava escrito e recomeçava. Indecisão? Perplexidade? Embaraço?
Vai saber. Não, ainda não aprendi a definir as vivencias pretérita, e acho que estou bem longe disso.
Estou em constante busca de um caminho. Caminhante em busca de uma estrada, eternamente, estrada em mim.
Sei o que é desistir de tudo e ser obrigada a voltar atrás.
Tenho a sensação de estar simplesmente revivendo o que passei, volto-me as cenas anteriores, flashbacks involuntários, por todos esses anos: a constante busca pela definição de papeis no palco armado.
Seria um circo de lona aberta? Não gosto de picadeiros. A alegria forçada é catalisador do gozo necessário para o convívio harmônico, imprescindível para calar a dor de quem geme.
Contraditoriamente, estou negando praticamente todo o meu passado, para evitar que minhas antigas dores voltem a me atormentar.
A recordação das vivencias prazerosas, despertam-me para o presente vazio. Esforço-me para lançadas ao mar do esquecimento, betabloqueador diário.
Não as tolero, suporto, fantasmas em noite de verão apontando as marcas deixadas, na alma, corpo e espírito.
Não quero esquecer o que vivi só superar. Pois o roteiro já foi consumado, é hora de rodar os créditos! Dedicatórias em rodapé.
Nunca me custou nada ser sincera, indelicada não, apenas sincera.
Sei o que é angústia sem cura e solidão em meio à multidão.
E é exatamente por isso que não sei mais o que quero, além de viver cada instante intensamente, ainda que isso seja mera ilusão, graças à companhia de Baco.
Aproveitar os momentos que aparecem diante de mim, como se tudo pudesse ser perdido em um piscar de olhos, e o fruto da ansiedade é fluidez das decisões.
Às vezes emoldurava o texto, com uma narrativa para satisfazer o publico. Maldita semiótica!
De maneira paradoxal não cultivei o interesse pela vida alheia, exceto as que fossem realmente importante na minha vida, cada dia observo que seu numero diminui e a qualidade acrescer.
Entretanto escolhi não ser leviana com as pessoas, ainda que não as tolere, apresento-as com o respeito que são dignas, mesmo não merecedoras da minha consideração.
Não deixei meu pré-conceito impedir de ver o outro lado, e mudar, aceitar as diferenças, compreender sua cultura, ser a parte periférica que observa.
Nunca quis que todos gostassem de mim e não fiz questão de ser mimada por quem não convém e passei a não dar tanta importância pra pessoas tão desnecessárias.
Abri mão do que sempre quis, pois, nunca quis que entendessem meus desejos, apenas respeitassem.
E a nunca mais fazer planos que dependam dos outros, porque os outros... ah, eles decepcionam. E eu definitivamente não preciso passar por isso mais uma vez.
Agorafobica assumida, fruto de um perfeccionismo patológico, mas que gosta de saber que seus pensamentos no fundo são leituras banais, obrigatórias de cabeceira.
E hoje nunca quis tanto ser invisível.... já amanha? Me responda o amanha, a carta de hoje!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ok, Dona Felicidade

Sabe aquelas coisas que "salvam o dia"... foi bem assim o que aconteceu quando essa carta me encontrou. Sim, sou colecionadora de cartas! Estava em um cantinho da minha caixa secreta de pandora... creio que essa carta antiga, precisa ser compartilhada no novo tempo, afinal, a felicidade bateu na minha porta (ou seria minha caixa de emails? whatever...) ela resolveu fazer morada.
E a Felicidade ainda me chama de Kenzo, e eu a chamo de Bahasi. Vai entender?!


Prazer, Senhora Renata By Kenzo.

Venho por meio desta me apresentar. Sou a Felicidade. Você me solicitou virtualmente, o que não me emocionou nem um pouco. Minha preocupação foi a senhora ter me chamado em silêncio, enquanto deitava a cabeça debaixo do travesseiro e nem mesmo conseguia chorar.

Aí resolvi dar o ar da graça. Quer dizer, aparecer BEM NA SUA FRENTE e dar uns pulinhos pra você ver que não sou invisível. Sempre estive aqui e fico até chateada quando as pessoas param de me ver e começam a difamar dizendo que fui-me embora para Pasárgada. Não. Não fui. Sou eu aqui, ÓH! Viu não? Na sua frente. Bem aqui mesmo. - ... - Tudo bem. Vou aparecendo devagar...

E vim também trazer uma resposta encomenda do Senhor lá de cima. Ele mandou dizer que o tempo é o Dele. E que chegará a sua vez sim. Aliás, se bobear, já chegou e você, distraída em sentir-se abandonada e só, nem percebeu. A Hora de viver. Porque Ele diz que viver não é esperar algo ser resolvido pra acontecer. Viver é o tempo todo. Antes, durante e depois de cada coisa. E quanto maior a coisa, maior o seu viver.

E Ele me mandou te dar um abraço apertado, um cheiro, um chá de morcego e um PUXÃO DE ORELHA. Eu, Felicidade, como sou desaforada, ainda digo: "ACORDA, MENINA!" Todas as suas chances estão dançando valsa no seu salão e você tá sentada com dor na perna. A hora de fazer já é, mano. Mana... Pega isso tudo aí que tá no seu nó gargantal, explode e se vira. Fica na maciota, não, porque o tempo passa e esperar na janela é só na música do Chico Buarque. Você fica bonita é se movendo.
Com carinho,
Sra. Felicidade.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Novo começo

Uau... quase dois anos que não escrevo em um blog digamos... meu.
Confesso que perdi a pratica antes habitual e o meu português não é mais dos "melhores", influencia do espanhol e inglês que passei a falar todos os dias...
Devo me apresentar?
Bom, se isso fosse a alguns meses atrás, creio que seria bem fácil... já hoje?!
Meu nome mudou, meu estado civil, meu país, minha língua, minha cultura, minha forma de comer, alguns kilos a mais rs...! Cheguei nos 30! Ai.......
Sinto saudades do antigo "Vozes no Ar"... blog que foi o meu divã diário por vários anos, blog com muuuuuuitos leitores fieis, blog que os amigos "palpitavam", blog que chorava as lagrimas e conquistas. Porem as "vozes" passaram... aquela menina-moça-mulher de 23 aos 28 anos (ano de fechamento do blog) também passou... e o que restou dela, hoje, tenta escrever um novo tempo, com o tudo de novo que passou a experimentar mas, com o mesmo lema de antes: sempre atenta as muitas vozes no ar, nesse observatório da vida real, para quem acha que o mundo é propriedade alheia!

Bem vindo ao Sonata no Ar... porque com um pouco mais de maturidade a vida se tornou um sopro mais suave!